TEMPO E HISTÓRIA

Trago hoje uma reflexão a respeito de história.
No diálogo cotidiano percebo que as pessoas se atém a uma noção temporal um tanto quanto vazia, explico.
Noto que nossa cultura trata como muito antigo aquilo pelo qual nossos avós e bisavós passaram, de forma que as histórias contadas por eles são interpretadas como se remontassem à criação do mundo ou, talvez, à Ressurreição de Nosso Senhor.
Pode parecer mera implicância de minha parte insurgir-se contra essa noção tão popular e aparentemente não danosa. Porém, esse tipo de noção leva a interpretação incorreta e a uma espécie de anacronismo quando se trata a respeito de alguns temas. um exemplo.
Quando alguém se mostra publicamente como conservador logo surgem comentários a respeito desta "categoria", afinal conservar o quê? Moralismo burguês? Atitudes e comportamentos ruins praticados por nossos avós e antepassados próximos? Usar Saia? Dentre outros questionamentos dentro deste espectro.
É evidente que o conservadorismo não se atrela a isso, mas sim à defesa da tradição ocidental como um todo, ou seja, tudo aquilo que se produziu de bom e deve ser mantido durante toda a existência ocidental.
Percebam, portanto, que uma simples chave de leitura leva a uma paralaxe interpretativa, alterando substantivamente o conteúdo do termo. Me parece prudente portanto que sejamos mais abrangentes quanto à noção tempo.